Indústria voltará a crescer em 2018, afirma Robson Braga de Andrade

20 de outubro de 2016



Em encontro com o presidente da República, Michel Temer, nesta quarta-feira (19), em Tóquio (Japão), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, destacou que a indústria brasileira começará a se recuperar em 2017, para voltar a crescer a partir de 2018. Andrade participou da reunião com cerca de 100 empresários brasileiros e japoneses, na sede do Keindaren, entidade representante da indústria japonesa. O presidente da Confederação destacou que o crescimento da indústria depende do aumento do mercado interno e das possibilidades no comércio exterior. “As exportações dependem muito dos acordos internacionais que o Brasil está correndo atrás para fazer e da reaproximação com mercados importantes, como o Japão. E o mercado interno depende de confiança, que está sendo readquirida, de investimentos e de geração de emprego”, afirmou.

Robson Braga de Andrade falou também sobre a importância da aproximação entre o Brasil e o Japão que, nesta quarta-feira, assinaram memorando de cooperação entre os dois governos para a promoção de investimentos e cooperação econômica no setor de infraestrutura. O objetivo é fortalecer a cooperação bilateral na promoção de investimentos na área de transporte e logística, tecnologia da informação e de comunicações e energia.

“São projetos atrativos e os japoneses demonstram que têm grande interesse porque suas empresas precisam investir fora do país para gerar emprego e desenvolvimento, uma vez que o Japão tem certas limitações de crescimento interno. E o Brasil é uma das grandes oportunidades que existem no mundo hoje”, disse Andrade.

A CNI vem trabalhando junto ao governo para que o Brasil supere os problemas que travam os investimentos, como o elevado custo de produção e outras dificuldades do ambiente de negócios. “São as questões que temos procurado atacar com o governo. Reduzir o custo, aumentar a produtividade, melhorar as questões tributárias e as regulatórias. Isso que vai fazer com que o Brasil tenha produtos mais competitivos e possa exportar manufaturados”, ressaltou o dirigente da CNI.

Estabilidade Institucional

Durante o encontro com cerca de 100 empresários japoneses e brasileiros, o presidente Michel Temer reforçou o discurso de que a principal mensagem do governo aos investidores estrangeiros é de que há estabilidade institucional e segurança jurídica no Brasil. “O primeiro passo para essa seriedade governamental é o equilíbrio das contas públicas. O objetivo é garantir aos investidores tranquilidade”, afirmou Temer. Aos interlocutores japoneses, o presidente Michel Temer disse ainda que o país está trabalhando para conter a inflação, melhorar o diálogo com o Congresso Nacional e aperfeiçoar a atuação das agências reguladoras, entre outras medidas.

O presidente do Keindaren, Sadayuki Sakakibara, cobrou do governo brasileiro outras ações, como a redução da carga tributária e melhoria da infraestrutura de logística. “Para aumentar ainda mais o comércio e os investimentos, o setor econômico do Japão deseja que o brasil tenha um ambiente de comércio mais aberto. “A redução dos encargos tributários e custos dos investimentos, além da melhoria da infraestrutura, também são importantes”, declarou.

Empresas apoiam o acordo

A CNI destaca três propostas para melhorar a relação comercial entre Brasil e Japão. A negociação de um acordo de livre comércio entre os dois países é um deles. Pesquisa da CNI mostra que 86% das empresas e associações de setores da indústria apoiam a possibilidade com o objetivo de aumentar o acesso a mercado para exportações de bens e serviços brasileiros, reduzir o custo de importação de insumos e participar em cadeias de valor com empresas japonesas.

Outro ponto é a celebração de Acordo de Facilitação e Cooperação de Investimentos (ACFI). O estudo da CNI aponta que 69% das empresas e entidades setoriais consideram relevante a celebração de um acordo de investimento entre os dois países. O Japão é o sexto maior detentor de estoque de investimentos no Brasil. O terceiro ponto é a negociação de acordo de propriedade intelectual que permita assegurar o uso recíproco das análises de patentes realizadas pelos escritórios dos dois países, para evitar a duplicação de esforços.

Fonte: Agência CNI de Notícias