Santa Catarina atinge 6% de desemprego, o maior índice dos últimos quatro anos

20 de maio de 2016

A taxa de desemprego em Santa Catarina saltou de 4,2% no último trimestre de 2015 para 6% no 1º trimestre de 2016, resultando em 219 mil pessoas desempregadas, segundo a Pnad Contínua

A taxa de desemprego em Santa Catarina saltou de 4,2% no último trimestre de 2015 para 6% no 1º trimestre de 2016, resultando em 219 mil pessoas desempregadas, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgada nestaquinta-feira (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na comparação com o ano passado, a elevação da taxa foi ainda maior (2,1%), visto que o indicador no estado era de 3,9 %- metade do registrado no país.

“Embora o índice tenha subido 1,8 % no período e seja o maior da série histórica iniciada em 2012, o percentual permanece como o mais baixo no Brasil. Mesmo diante da forte recessão que assola o Brasil, Santa Catarina mantém o desemprego em níveis moderados, fruto da diversificação econômica de Santa Catarina, que permite uma maior mobilidade do emprego entres os diferentes setores. Esse elemento é fundamental para o dinamismo do mercado, pois dá melhores condições para economia catarinense minimizar os efeitos negativos da crise e cria condições para uma retomada do crescimento mais rápida e eficiente”, afirma Bruno Breithaupt.

Nos três primeiros meses do ano, o estado contou com 3,4 milhões de pessoas empregadas. Com relação ao 4º trimestre de 2015, o número de desempregados subiu em 67 mil pessoas, já que no trimestre passado o número da população que não encontrou emprego era de 152 mil pessoas.

O setor do comércio teve retração de 1,2% na população catarinense empregada. O setor de serviços, que costuma puxar os indicadores para cima, apresentou desempenhos diferentes por segmentos: alojamento e alimentação (hotel e restaurantes) encolheu 8,8%, refletindo a demissão dos temporários para as demandas do turismo no verão; já o segmento de TI/financeiro/imobiliário estabilizou em 0,1%; e outros serviços (que engloba atividades artísticas e espetáculos, patrimônio cultural e ambiental, jogos de azar, recreação e lazer, lavanderias, cabeleireiros e mercado de beleza) apresentou resultado positivo de 7,6%.

Aumento da informalidade

Os dados para Santa Catarina também apontaram um aumento no número de empregados que trabalham sem carteira assinada, caracterizado por uma menor remuneração. No último trimestre do ano passado, havia 201 mil trabalhadores informais no estado. No primeiro trimestre desde ano, o número subiu em 2% para 205 mil trabalhadores.

Quanto aos trabalhadores com carteira de trabalho, houve variação de -3,1% em relação aos últimos três meses de 2015, chegando a 1,6 milhões de trabalhadores nessa condição.

Neste contexto de aumento do desemprego e da informalidade, em meio a um cenário econômico de inflação elevada, o rendimento real médio do catarinense recuou 1,4% na comparação com o último trimestre do ano passado e 8,8% em relação ao 1º trimestre de 2015. Em termos absolutos, o valor chegou a R$ 2.015,00 no 1º trimestre de 2016, contra R$ 2.043,00 do trimestre imediatamente anterior e R$ 2.209,00 do 1º trimestre do ano passado.

“Essa queda no rendimento já pode ser sentido, por exemplo, no volume de vendas do comércio, que caiu 5,7% nos últimos 12 meses em Santa Catarina”, pontua Breithaupt.

Cenário nacional

No Brasil, a taxa para os três primeiros meses do ano ficou em 10,9%, que represente forte alta em relação ao 4º trimestre de 2015 (9%) e elevação na comparação com o 1º trimestre de 2015 (7,9%). Quanto ao rendimento real médio, nos três primeiros meses de 2016, ele ficou em R$ 1.914,00.

Para as outras unidades da federação, as maiores taxas de desemprego no 1º trimestre de 2016 foram observadas na Bahia (15,5%), Rio Grande do Norte (14,3%) e Amapá (14,3%), Enquanto os menores depois de Santa Catarina, com 6,0% foram para o Rio Grande do Sul (7,5%) e Rondônia (7,5%).

 

Fonte: Fecomércio/SC