Comandante Araújo Gomes fala do papel da PM em live da Facisc

30 de abril de 2020



A Facisc – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina realizou nesta quinta-feira, 30/4, uma reunião com o Comandante Geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Araújo Gomes. O presidente da Facisc, Jonny Zulauf, o diretor e Articulação Estratégica, Paulo Mattos, o assessor jurídico, Murilo Gouvêa dos Reis, e o superintendente Institucional, Gilson Zimmermann. O tema da live foi o papel da Polícia militar na crise da Covid-19.

O presidente da Facisc, Jonny Zulauf, enalteceu o trabalho da polícia militar catarinense em todo a estratégia realizada em Santa Catarina. “O papel das forças de segurança no nosso estado foi muito alinhado com o empresariado e esta integração precisam ser ressaltados por todos”.

O diretor de Articulação Estratégica da Federação, Paulo Mattos, ressaltou a importância da união da área pública e da iniciativa privada. “Estamos em um momento de disruptura. Só temos a aprender com todas as ferramentas que nos foram impostas. A integração fará a diferença neste momento em que o mundo todo passa”.

Cel. Araújo Gomes falou da convergência em comemorar a parceria que não vem em decorrência da crise, mas de muito tempo. “Reforçamos a parceria entre o meio empresarial e a polícia militar. Já trabalhamos juntos em prol do desenvolvimento sustentável muito antes da crise. Agora com ela vemos que ações pré-planejadas e ações rápidas dão forças a essa parceria”.

Comandante Gomes falou sobre as ações que começaram há alguns meses quando a pandemia começou a ser uma realidade na América do Sul. “Quando o risco se tornou realidade aqui, vimos que o lockdown era a única forma viável recomenda pelas autoridades em ciência e saúde”. Foram estabelecidas duas frentes de atuação: a primeira crise é logística. Com a alta taxa de letalidade e transmissão, tínhamos que fazer o achatamento da curva. Na outra frente aproveitar o achatamento da curva e investir no tempo de capacidade de resposta”. O papel da Polícia Militar entra justamente na questão de logística e todas as estratégias para entender e conter o vírus. “Trabalhamos com o isolamento social que justamente entra com regras rigorosas para depois acontecer a liberação. Que não foi feito em alguns países e geraram muitas perdas”. O cumprimento das normas foi justamente o papel da PM.

A Polícia Militar pegou um conjunto de normas e “traduziu” como forma de levar informação e ação racional do policial na ponta. As fiscalizações foram feitas por CNAE. “Com isso conseguimos ter uma análise dos setores que estavam cumprindo as normas”. Cada vez que tinha que decidir se algum setor poderia ser liberado ou não, foi analisado pelos CNAES. No aplicativo da PM o cidadão pode ver por CNPJ se está liberado ou não e como pode funcionar.

Já o isolamento social foi medido pela geolocalização dos aparelhos de celular através de aplicativos que acessam a localização dos aparelhos. “Com isso conseguimos ver os impactos das liberações. Os dados são carregados diariamente”. Nesta quarta-feira, 29/4, houve uma queda de 9% no isolamento em relação à quarta-feira, dia 22/4.

A terceira ação foi que, quem fosse para a rua cumprisse as regras, que os estabelecimentos cumpram os decretos. “Desde o dia 23/4, quando começou as fiscalizações com estas premissas, foram feitas 14 mil visitas, cerca 1,6 mil fiscalizações por dia em Santa Catarina”.

O comandante Gomes destacou que as primeiras visitas tem sentido orientativo. Se uma hora depois o policial voltar e estiver ainda descumprido pode ser interditado. E se ainda sim o estabelecimento descumprir a interdição responderá judicialmente, tanto com multa tanto com sanções ou punições a quem não cumprir as normas”.

Na prática a PM está para mediar as duas pontas: segurança e saúde. “Esta é uma guerra ombro a ombro com a comunidade. Vamos fiscalizar e orientar no sentido de ajudar”.

Cel. Araújo Gomes falou que o maior desafio é que não adianta convencer o Estado e nem burlar. “Temos que ajudar porque quem precisamos vencer é o vírus”. O número de denúncias que a Polícia Militar recebe mostra que o cidadão quer que o Estado seja forte e resolva o problema. Nesta fase de cumprimento das normas o número inconformidades é muito baixo. “Nossas ferramentas de inteligência deram embasamento para a tomada de decisões e se vier a piorar teremos que tomar providências mais duras”, destacou.

O comandante disse que SC não tem comparação com outros estados porque está muito à frente dos outros. Acertamos bastante, mas também erramos bastante”.

Sobre a proteção dos policiais, o comandante Araújo Gomes disse que a primeira estratégia foi isolar um contingente e mandar pra casa. Os policiais estão fazendo rodízio de 14 dias. Segunda estratégia foi diagnóstico precoce com plantões de médicos 24h, auferindo temperaturas. E a terceira passando procedimentos de cuidados e regras de conduta.

Já sobre o isolamento cel. Araújo Gomes destacou que foto de hoje impacta nas medidas de duas semanas atrás e as medidas que tomadas hoje só terá impactos daqui duas semanas. Ontem em Santa Catarina o percentual de isolamento chegou a 46,05%. “Representou em relação ao início da semana uma queda de 12,64%. Cada ponto percentual significa 70 mil pessoas que estão em movimentação por mais de três horas”.