FACISC analisa 2015 e prevê grandes desafios para 2016

15 de dezembro de 2015

Além disso, o material traz o fechamento do ano de 2015, com destaque positivo para os dados do setor de turismo.

A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina lança a quarta edição da sua Carta de Conjuntura e prevê grandes desafios para 2016. Além disso, o material traz o fechamento do ano de 2015, com destaque positivo para os dados do setor de turismo.

Entre os pontos positivos levantados pela Facisc estão os dados relacionados ao turismo em Santa Catarina. A receita nominal obtida em atividades turísticas cresceu 1,4% no Brasil. Santa Catarina registrou a maior taxa de variação positiva (5,3%) em comparação à outros Estados brasileiros no setor de turismo. Os Estados de Pernambuco (-1,6%), Espírito Santo (-3%), Minas Gerais (-3,9%) e Rio Grande do Sul (-4%) registraram taxas negativas de crescimento.

O mercado de trabalho foi outro dado considerado bom para o Estado. A taxa de desemprego no país fechou em 8,9% no terceiro trimestre de 2015. A maior taxa de desemprego registrada no País foi no Estado da Bahia (12,8%), enquanto a menor foi no Estado de Santa Catarina (4,4%).

Pontos negativos

A queda no crescimento da economia é o que mais preocupa o empresariado. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou -3,2% entre o período de janeiro a setembro de 2015 frente ao mesmo período do ano de 2014. “Para a série histórica a partir dos anos 2000, esse é o pior resultado desde 2009, ano em que a taxa negativa de crescimento foi de -1,9% analisa, o presidente da Federação”, Ernesto Reck.

Segundo o índice de atividade econômica (índice composto por estimativas dos setores: agropecuária, indústria, comércio e serviços acrescidos de impostos sobre produtos) e que se constitui como uma prévia do PIB, no acumulado entre o período de janeiro a setembro de 2015, o Brasil registrou um crescimento negativo de -3,37% apontando uma retração econômica do país como já visto acima pela taxa efetiva do PIB para o mesmo período. Santa Catarina também registrou um resultado negativo (-2,03%) que demonstra que ao longo do ano de 2015 o estado surte um acompanhamento (mesmo que menor) da retração econômica como ocorre no país.

“Os indicadores traduzem em números o que sentimos nos nossos negócios. O cenário macroeconômico está fortemente abalado, junto a um cenário político agitado, afetam diretamente as expectativas tanto de empresários bem como da população brasileira. As perspectivas para o fechamento do ano de 2015 e para o longo de 2016 não são das melhores. Não há sinais claros de que a curto prazo esse cenário se altere, e que nos deixará com alguns desafios para o ano que vem”, relata o presidente.

Desafios para 2016

O empresariado está preocupado e descrente diante de uma solução que traga benefícios já para o ano de 2016. Segue abaixo uma análise dos principais pontos da Carta de Conjuntura:

Política – É preciso resgatar e/ou criar um ambiente favorável aos negócios. Diante de uma cenário conflituoso entre os governantes, e onde há uma grande divergência de forças entre as esferas políticas tem gerado um grande desgaste somado a escândalos de corrupção que contribuem significativamente na credibilidade das ações governamentais. Por consequência isso traz à tona um ambiente de incertezas, afetando sobretudo as expectativas e os níveis de confiança de todas as esferas da sociedade. Diante disso, como principal desafio para o ano de 2016 é então recuperar a governabilidade política brasileira, que em primeiro lugar já nos deixará com um clima mais favorável e mais transparente do ponto de vista de previsibilidade.

Contas públicas – Desde meados de 2013 a condução da política fiscal brasileira tem perdido forças já dadas pelas chamadas “pedaladas fiscais” somadas a um baixo crescimento econômico, que foi deixando uma menor arrecadação tributária a cada mês que se passou. Hoje já temos um déficit nominal de -9,5% do PIB, com um déficit primário da ordem de -0,71% do PIB, sem também alguma previsibilidade de reversão desse cenário a curto prazo. Logo em 2016, essa questão será outro grande desafio para o ano e com certeza exigirá que esse problema seja tratado com muita cautela.

Investimentos – A taxa de investimento na composição do PIB recuou nos últimos cinco anos de 20,6% para 18,1 %. Dessa forma será necessário administrar os investimentos em queda e o baixo crescimento econômico. O ponto positivo é que ela no ano de 2015 começou a ser discutida com mais veemência, tanto pelo lado de concessões bem como pelo lado de parcerias público-privadas. Porém, paralelo aos números, as expectativas negativas quanto ao futuro da economia brasileira, a falta de credibilidade na conduta da política no Brasil e a retração econômica tem acarretado essa queda generalizada da composição dos investimentos, ponto esse que deixa qualquer país vulnerável quando se tem um cenário em que é necessário obter a volta de um crescimento econômico.

Inflação – Hoje já temos uma taxa de inflação próxima de dois dígitos e há previsões de que fechemos o ano de 2015 nesse patamar. Há sim um sinal de que os preços administrados (energia, transportes e combustíveis e entre outros), que até o início de 2015 estavam represados, não passarão por sérios ajustes em 2016 como o que ocorreu em 2015. Porém, há previsões de que a inflação feche o ano de 2016 ainda fora da meta inflacionária de 4,5% estipulada pelo Banco Central. Esse fator impacta sobretudo o nível de bem-estar da sociedade que há tempos não convivia diante de um cenário de inflação nesse patamar, sendo assim outro grande desafio a ser tratado em 2016.

Reformas estruturais – Pouca infraestrutura de qualidade, carga tributária elevada, grande burocracia, entre outros fatores também compõem grande bloqueio frente à competitividade das empresas e persistem na economia brasileira ano após ano. Esses fatores estruturais também não podem deixar de participar do palco de debates incisivos e tão cruciais para o Brasil neste ano de 2016.

Para ver o arquivo completo: httpss://goo.gl/LZB21W

 

Fonte
Graziella Itamaro – Comunicação Corporativa FACISC
Silvia Chioca – Assessoria de imprensa da FACISC