Indústria 4.0 melhora a eficiência e traz ganhos às empresas

29 de junho de 2017



Como a digitalização na manufatura e a automação podem resultar em ganhos para a indústria e principalmente para a sociedade? Para os especialistas Peter Post e Steven Ashby, o aumento da eficiência energética, a redução dos custos de manutenção e o conhecimento – a partir de dados precisos – sobre a performance operacional dos produtos ao longo de toda sua vida útil, são apenas algumas aplicações do que se convencionou chamar de Indústria 4.0. O tema foi debatido em um painel realizado nessa terça-feira (27), no 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, promovido pelo Sebrae e pela Confederação Nacional da Indústria, em São Paulo.

O professor alemão Peter Post é vice-presidente de Pesquisa Aplicada da Festo AG & Co. KG. A empresa tem se destacado mundialmente na automação de processos e manufatura. “Precisamos pensar nas pessoas, em primeiro lugar. A produção precisa estar centrada no humano”, afirma. “Na Alemanha, estamos usando a Indústria 4.0 para desenvolver novos modelos de negócio e de serviços, otimizar e simplificar os processos de engenharia e realizar a manutenção preventiva dos produtos”, destaca. A internet das coisas e a integração dos sistemas, segundo Peter Post, permitem hoje às empresas monitorar seus produtos desde o momento da produção até o uso pelos consumidores. Isso propicia não apenas o desenvolvimento de soluções de engenharia e aprimoramento dos produtos, como também a criação de novos mercados.

O norte-americano Steven Ashby – diretor do Pacific Northwest National Laboratory (PNLL) – aponta o aumento da eficiência energética como um dos principais ganhos propiciados pela Indústria 4.0. Segundo Steven, o consumo anual de energia no mundo é de 549 quads (unidade de energia que corresponde a 8 bilhões de galões de gasolina). De toda essa energia consumida, 54% são usadas pela indústria, sendo 38% apenas pela manufatura. No contexto atual, 42% da energia consumida no setor de manufatura é desperdiçada, seja com a perda de calor, com a iluminação insuficiente ou outros problemas. Essa energia perdida, de acordo com Steven, seria suficiente para abastecer um país como o Brasil por seis anos.

A convergência de três tecnologias (a tecnologia da informação, dos sensores e a tecnologia operacional) é a resposta que já está sendo adotada nos Estados Unidos para aumentar a eficiência da indústria. “São mais de 200 parceiros trabalhando em diferentes partes do país, desenvolvendo soluções em conjunto para situações que perpassam toda a cadeia de produção”, destaca Steven Ashby.

O 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria terminou na quarta-feira (28) com a realização de vários painéis com especialistas brasileiros e de outros países, com o debate de temas para melhorar a produção das empresas e o desenvolvimento do país.

Fonte: Sebrae